sábado, 30 de julho de 2011

Eu e água

Antes de ir dormir, partilho o inicio do meu dia...


A água arrepiada pelo vento
A água e seu cochicho
A água e seu rugido
A água e seu silêncio
A água me contou muitos segredos
Guardou os meus segredos
Refez os meus desenhos
Trouxe e levou meus medos
Grande mãe me viu num quarto cheio d'água
Num enorme quarto lindo e cheio d'água
E eu nunca me afogava

O mar total e eu dentro do enterno ventre
E a voz de meu pai, voz de muitas águas
Depois o rio passa
Eu e água, eu e água
Eu
Cachoeirinha, lago, onda, gota
Chuva miúda, fonte, neve, mar
A vida que me é dada
Eu e água
A água arrepiada pelo vento
A água e seu cochicho
A água e seu rugido
A água e seu silêncio
A água me contou muitos segredos
Guardou os meus segredos
Refez os meus desenhos
Trouxe e levou meus medos
Grande mãe me viu num quarto cheio d'água
Num enorme quarto lindo e cheio d'água
E eu nunca me afogava
O mar total e eu dentro do enterno ventre
E a voz de meu pai, voz de muitas águas
Depois o rio passa

Eu e água, eu e água
Eu
Cachoeirinha, lago, onda, gota
Chuva miúda, fonte, neve, mar
A vida que me é dada
Eu e água
A água
Lava as mazelas do mundo
E lava a minha alma

Lava minha alma

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Adeus

Ofereceram-me a ler este poema ontem, e é belíssimo. Um adeus sem rancor, ou mágoa, talvez é isso que o torna tão belo.


Adeus [Eugénio de Andrade].

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Manual do amor

Dei um encontram por acaso neste filme. Fez.me sorrir. As várias fases que um amor pode ter. Mas faz pensar que tudo pode não estar perdido, apenas pode ter um caminho diferente...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sonhar e chorar




Yann Tiersen, faz-me sempre chorar e sonhar. Tantas emoções. Como é possível?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Fanatismo

Ando a "cismar" tanto que parece fanatismo...



Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah!  Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
 


Florbela Espanca
 
 
 

Fonte

sábado, 9 de julho de 2011

Ausências

Ausências... por falta de tempo mas encontrei bolas cor de rosa de lembranças

domingo, 3 de julho de 2011

Cine Conchas 2011

Para quem não tem dinheiro para ir ao cinema [para poupar para as férias], ou para quem acha que está caro [muito caro]... o cineconchas já chegou.

Gratuito (como eu gosto), e ao ar livre a programação dá para todos os gostos.

Festival ao Largo [2011- no Largo de São Carlos]

Mais um ano, e já vai no 3º, em que o Largo de São Carlos vai se encher durante vários de dias de música e dança.



Este ano não quero perder:

16 e 17 Julho
Baile Vienense
Venha dançar a valsa no Largo de São Carlos
Orquestra Sinfónica Portuguesa

27 e 28 Julho
uma coisa em forma de assim
Companhia Nacional de Bailado

30 e 31 Julho
Noite de Ronda
Companhia Nacional de Bailado

Ainda para mais a Noite de Ronda será coreografada pela Olga Roriz.


No entanto o programa é mais recheado que isto basta ir ao site do festival.